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Quando Mundos Desabam
Intervenção pedagógica de emergência para crianças psiquicamente traumatizadas em regiões de crise
Plano para uma intervenção pedagógica e terapêutica em situações de guerra e catástrofes baseada na pedagogia de Waldorf

Todos os anos milhares de crianças passam por experiências traumáticas. Elas sofrem opressões étnicas, vivenciam guerras e são torturadas. Algumas são usadas como soldados ou se encontram em fuga. Aproximadamente 50% de todos os refugiados são crianças e adolescentes. Outras são presas, sequestradas, submetidas a trabalhos forçados, e vítimas de abuso sexual. Freqüentemente, estas crianças testemunham atos de extrema violência contra pessoas próximas. Elas também podem ser vitimas de catástrofes naturais. Em todos estes casos, elas passam por experiências traumáticas.

Traumas não superados podem, mesmo após anos, desencadear sintomas graves e prejudicar o desenvolvimento da criança durante muito tempo. Podem ser gerados tanto distúrbios psíquicos e físicos, assim como dificuldades no aprendizado. Especialmente na adolescência, os traumas infantis não superados podem ocasionar um distúrbio comportamental. A partir deste ponto, vitimas podem se tornar agressores.

Intervenções pedagógicas de emergência procuram ajudar crianças afetadas através de medidas de estabilização durante processo de superação de seus traumas. Através da segurança e proteção proporcionadas, a criação de laços emocionais confiáveis, o desenvolvimento da auto-estima, autocontrole, realização própria, redução do desgaste emocional como também a criação de uma atmosfera de grupo positiva à constituição geral da criança deve ser fortificada e suas forças de autocura ativadas. O objetivo é a integração da experiência traumática na biografia infantil para poder agir contra o possível desenvolvimento de um transtorno de estresse pós-traumático.

A pedagogia de Waldorf, que se orienta nas leis de desenvolvimento de uma criança com uma dimensão global e com o apoio de formas terapêuticas artísticas, parece ser especialmente designada para servir como base para uma intervenção pedagógica de emergência. Através de fases incluindo aulas, artes, jogos, tempo livre para brincar e fases de expressão criativa e artística, os recursos pessoais da criança, que foram soterrados pelo trauma, devem ser ativados. Uma rotina diária com um ritmo apropriado, horário de almoço e sono regulares, fases ativas e fases de calma, deve proporcionar às crianças e adolescentes uma nova orientação, segurança e apoio emocional para assim criar relacionamentos que dêem um sentimento de segurança, confiança, auto-confiança e desenvolver uma nova curiosidade pelo mundo, apoiando o desenvolvimento do senso de responsabilidade de acordo com a idade infantil.

Atualmente a associação „Freunde der Erziehungskunst Rudolf Steiners e.V.“ (Amigos da Arte de Educar de Rudolf Steiner) esta formando grupos de intervenção pedagógica de emergência para o trabalho com crianças e adolescentes com traumas psíquicos em regiões de crise. Os recursos humanos necessários serão disponibilizados, bem como a logística e a criação de um centro de intervenção. Primeiras medidas de intervenção já ocorreram no Líbano em parte com o apoio da UNESCO nos anos de 2006 e 2007.

Para o sucesso de uma intervenção pedagógica de emergência também está planejado o uso da rede de parcerias já existentes em aproximadamente 80 países. Além disto, se almeja a integração na administração de crises por parte de organizações a nível nacional e internacional.

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(texto criado pelo grupo de Pedagogia de Emergência no Brasil)

 

Livro “Destroços e Traumas: Embasamentos Antroposóficos para intervenções com a Pedagogia de Emergência” de Bernd Ruf, editado pela Editora Antroposófica.

Fonte: SAB